'A filosofia não inicia sem uma profunda sensação de solidão.
É o pensar que a carrega. pensar em nada é a primeira noção que tenho do pensar.eu só comigo mesmo e o mundo ainda indisponível. penso em nada e sou eu mesmo esse nada ainda descoberto como tal. mas me sei e, quando procuro meus pensamentos, me chamo como um bebê chamaria a mãe, um crente chamaria a Deus. o modo como penso é a maior revelação do que sou pra mim mesmo.
Mesmo estando com uma sensação de nada (há quem diga que nunca tenha sentido algo assim) não me dou o nome de 'nada' , antes já possuo o nome de 'eu'.um nome bem primitivo.eu e nada é quase o mesmo nesse ponto do processo. com a diferença de que 'eu' é um nome para o nada. penso em nada,pois nada é tudo o que tenho acesso.isso significa que tudo existe,mas que,por ora, só a imprecisão, a 'vaguidão' das coisas se me apresenta. pensar em nada é, então , como estar só. quando estou só, as pessoas não deixam de existir,mas única posse é a ausência de todas elas. como vivemos em meio ao tudo e aos outros, ficar só é algo tão raro como pensar em nada.'
(Marcia Tiburi)
segunda-feira, 16 de junho de 2008
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