Em tempos que a educação pública não é das melhores, o preconceito quanto as diversas etnias é frequente, será que realmente será justo retirar as cotas de vestibular?
Há quem apoie com a certeza de que essa nova proposta de mudança trará benefícios, tais como a igualdade. Por outro lado a quem seja radicalmente contra essa mudança, com a simples justificativa de que a desigualdade não é existente exatamente nesse ponto.
Bom, em termos eu até concordo com quem é adepto da primeira opinião, sabendo que quando acabarem as cotas todos terão as mesmas chances de entrar numa faculdade.
Mas será que tudo o que uma pessoa passou até chegar o dia da prova de vestibular não conta ?
As cotas se dividem em : negros, indígenas, estudantes de escola pública, portadores de deficiência e filhos de bombeiros e policiais mortos em serviço.
Aqui venho eu expor minha humilde opinião sobre o assunto.
Para ser sincera, eu não tenho uma opinião formada quanto aos negros e indígenas (talvez por não ter conhecimento da vivência de um deles) mas nesse caso eu realmente acho que isso só causa mais preconceito e mais injustiça.. que culpa tem alguém de ter nascido loiro de olhos azuis ?
Quanto aos estudantes de escola pública eu sou extremamente a favor, não há quem não enxergue o enorme degrau entre o ensino de escolas particulares e públicas. É visível o descaso com os professores e a falta de infra estrutura e assistência aos alunos. Uma aluno que passou um bom tempo sem aulas não pode ser julgada da mesma forma de quem teve uma maior assistência. O dia em que houver uma igualdade no ensino, sim, serei totalmente a favor da retirada da cota, mas nesse momento, a retirada da cota seria só uma hipocrisia, seria fingir que não temos conhecimento das falhas no sistema, seria fingir que estamos tentando ser justos, quando na verdade, estamos mudando todo um costume para apenas falarmos que mudamos.
Quanto aos portadores de deficiência e filhos de bombeiros, militares e policiais mortos em serviço o assunto é mais delicado ainda, trata-se do psicológico. Ao meu ver, essas cotas também tem que permanecer. Algo que fere o psicológico com certeza é mais doloroso e cicatrização é totalmente diferente do que algo físico, quando há a junção dos dois então, algo terrível. A despreparação psicológica é uma perda quase que irreparável. Não há como apagar o acontecimento, podemos seguir em frente e procurar não pensar nele, mas ele sempre vai estar lá.
Podemos dizer que esse assunto de cotas é algo muito comentado, e as vezes eu sinto que ele não é tão pensado quanto comentado. Eu mesmo já tive diversas opiniões sobre o assunto, e nesse texto eu estou retratando o que eu penso e sinto agora, pode ser que daqui há alguns anos meu pensamento mude drasticamente.
A grande da verdade é que todos os lados tem bons argumentos, o que torna a decisão extremamente delicada, sem falar que mudar é sempre difícil. Bom, aqui está a minha torcida para a permanência das cotas, pelo menos até que a igualdade aconteça em todas as horas, não só seja 'descontada' no vestibular.